segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Eu, Você, Todos Pela Paz!

Fotos Renata Boniol
O Pontão de Convivência e Cultura de Paz do Instituto Pólis renovou seu convênio com o Ministério da Cultura para os próximos dois anos, podendo assim dar continuidade ao processo de articulação dos Pontos de Cultura e ampliar parcerias, potencializando as ações em rede. Uma das primeiras ações desse novo ciclo do Pontão foi entrar em contato com todos os membros dos pontos de cultura que articularam Rodas de Convivência e Cultura de Paz – Auscultas Socioculturais realizadas em 2008 e 2009 para participarem do Encontro de Ponteir@s Multiplicadores de Convivência e Paz, entre os dias 18 a 20 de junho em Bragança-Paulista, no estado de São Paulo.
Foram reunidos 28 ponteir@s de todo Brasil, que participaram das Rodas de Convivência realizadas nos anos de 2008 e 2009.
O intuito do Pontão foi proporcionar um compartilhamento de saberes, na perspectiva de uma construção coletiva e co-responsável para uma sociedade orientada pela prática do respeito, da solidariedade e dos valores da cultura de paz; e além disso pretendeu-se através da artemetodologia fundamentar ação-reflexão-ação, tendo como proposta instrumentar os participantes a transmitir valores, artes e saberes voltados para uma Cultura de Paz, que legitima o fazer e a cidadania culturais.
Por isso que o Pontão teve como forma de seleção pessoas que já tivessem desenvolvido ações que tivessem como tema a cultura de paz, e que pudesse participar deste encontro e potencializar a multiplicação de convivência e paz em seu território.
O dia 18 foi para recepcionar os ponteir@s que vinham de todos os cantos do Brasil. Eu em especial vim de Belém do Pará, meu vôo estava marcado para as 08:00hs da manhã, mas na hora de fazer check in à agente de viagem não encontrou meu nome que geralmente vem como Silva Samir ou Samir Silva, e ela não encontrou com nenhum dos dois, depois de mais de 30 minutos de procura ela resolveu me encaminhar a central da gool, onde esperei uma fila de mais 30 minutos, quando a outra agente achou meu nome ela disse que estava como Raoni Samir, a essa altura eram 09:00 hs em ponto, e não dava mais para eu embarcar no avião, ela me pediu desculpas e disse que ia me colocar no Vôo de 15:20 hs com chegada em São Paulo as 19:30 hs. Com essa situação em meu caminho não desanimei, fui para a internet e enviei um e-mail para o instituto pólis explicando o ocorrido e pedindo informações do que fazer, já que o ônibus ia sair do pólis com todos rumo a Bragança-Paulista as 16hs.
Wanda me ligou e disse que quando eu chegasse na pauliceia ia ter um taxista com uma placa pólis na mão, disse que ele ia me levar para a rodoviária do Tiete, e lá devia pegar um ônibus com destino a Bragança-Paulista, disse que assim que eu chegasse em Bragança-Paulista eu devia pegar um taxi para o Hotel Santo Agostinho. Fiz exatamente tudo que me foi instruído. No caminho que me levava para o encontro aos agentes da paz, meu olhar ia se deparando com tantas violências urbanas: transito violento, prostituição e frieza nos olhares perdidos da grande cidade composta de pitadas de solidão. Mas meu eu não buscava isso, eu tinha como margem de meu olhar outros olhares que transmitissem encanto e aconchego, e assim se desenhou aquele caminho, que já preparava meu espirito para esses três dias de trocas e lapidações dessa cultura de paz, pedra filosofal do nosso século.
Cheguei no Hotel Santo Agostinho por volta de 23:30 horas, me acomodei em meu quarto, e fiquei sabendo que as 19:30 hs havia acontecido a Ceia de Harmonia – A Paz é o Caminho, e para finalizar aquele ciclo de chegada e acolhimento foram brasear e aconchegar as moléculas na Fogueira da Paz que iniciou as 22hs e terminou as 23:30hs a hora que eu cheguei no hotel.
Deixei minhas coisas no quarto e fui cumprimentar todos os amigos e conhecer os outros participantes.
Veridiana providenciou algo para eu comer e depois fui dormir para no outro dia iniciarmos com a Apreciação Auscultatória I: Experiência Criativa e Expressão Poética, todos os momentos sempre regada com dinâmicas e muito encantamento. Toda essa magia proporcionou um envolvimento muito grande entre todos. O que estimulou muitos momentos iluminados por depoimentos e histórias de vida que deram novos tons em nosso papel de vida e registro dos dias que sempre nos tocam como tinta de vida pintando por onde passa a expressão que fala por todos os sentidos, com todo o sentir, permitir que a cultura de paz seja regada pelos jardineiros da paz.
Pela manhã iniciamos o encontro com a vivência Sentidos da Paz, dinâmica onde aio invés de falarmos de onde eramos, de qual ponto d cultura e o que fazíamos, fomos convidados a ficar 15 minutos em pleno estado meditativo, em silêncio, após essa canalização regada por frases de Dalai- Lama semeada pela oficineira Martha Lemos abrimos os olhos e fomos convidados a escrever uma palavra, frase, texto no bloco de anotações dado pelo pólis. Aqueles 15 minutos foi tão tocante, profundo para mim, pensei e respirei a existência o universo suas partículas de amor incondicional, invisível que quando olhei para a caneta e o papel a primeira palavra que me veio na mente foi silêncio, seguido dela uma frase se expressou em meus sentidos: O silêncio cura. Foi quando comecei a escrever o texto que segue em baixo:
“Silenciar as várias vozes para ouvir a voz traduzir o meu espirito.
Fechar os olhos para dentro de mim é desanuviar, é me reconhecer em minha ecologia interna, em meu conectar com aquilo que faz sentido (sistemicamente), tornando cada partícula oxigenada pela respiração em uma ecologia profundo, hoje minha, ontem sua”.
No seguir do  encontro os ponteiros falaram sobre tecnologias socioculturais de convivência e cultura de paz com enfase a transformação social, diversidade cultural e sustentabilidade em seu sentido amplo, vendo-a como sonho do bem-viver, como equilíbrio dinâmico com o outro e com o meio ambiente, semeando a harmonia entre os diferentes.
Levantamos nas auscultas socioculturais um consenso do caminho que devemos seguir para uma cultura de paz, e ele é aposto a todo e qualquer tipo de violência, opondo-se a tudo o que sugere desequilíbrio, competição, conflito, ganância, individualismo, domínio, destruição, expropriação e conquistas materiais indevidas e desequilibradas em termos de mudança e transformação da sociedade ou do ambiente. Assim, o que destacamos como valor da construção de uma cultura de paz no sentido mais generoso e amplo foi proporcionar uma nova maneira igualitária, livre, justa, inclusiva e solidária visando a união das pessoas na construção de seu mundo social, ao mesmo tempo em que lidam, manejam ou transformam sustentavelmente os ambientes onde vivem e que dependem para viver e conviver, e a cultura de paz deve ser uma semente regada por esses valores. Essa foi nossa ação coletiva desenhar sonhos possíveis para as Politicas de Paz.
Essa marginalidade que vivemos, no sentido de viver a margem de um sistema que exclui e que tem uma estrutura que precisa ser reinventada por todos que integram sua estrutura, nos propõe duas opções 1) a decisão pela mudança de paradigma indo ao encontro da uma cultura de sustentabilidade e paz; 2) uma padronização do pensamento, do comportamento e da forma negativista de lidar com essa atual crise que de percepção que vivemos nessa era. Esse é um assunto que deve estar sendo debatido em todos os lugares possíveis.
Devemos nos perguntar mais vezes: Qual cultura queremos de fato vivenciar? E o que fazer para obter mudanças nesses essenciais para essa Cultura de Paz?
Todas essas questões apontaram para alguns diagnósticos.
1)Que todo ponto de cultura é um Ponto de Paz
2)Que temos de ter como referência ao menos uma pessoa de cada ponto de cultura dos mais de 2500 existentes no Brasil para fazer esse intercâmbio de tecnologias sociais e desafios na promoção da cultura de paz.
3)Da necessidade da integração de uma Rede Nacional de Cultura de Paz, tendo em vista todos esses agentes já identificados na Rede de Pontos de Cultura, tendo como ponte o Gt de Cultura de Paz iniciado na Teia de 2008 que teve como primeira ação a criação de uma rede virtual com principio de gestão compartilhada que no primeiro momento colocou todos que participaram do GT de Cultura de Paz da Teia 2008, mas que agora com esse Encontro de Ponteiros de Convivência e Cultura de Paz que aconteceu em Bragança-Paulista vai ser incluso todos os participantes nessa lista http://groups.google.com.br/group/pontos-de-paz e o e-mail pontosdepaz@googlegroups.com.
Esses são temas que vem dentro de uma proposta de cidadania cultural e cultura de paz que tende a se fortalecer se levada em consideração os territórios.
O Instituto Refazenda participou do encontro representado pelo Samir Raoni, Gestor de Educação e Cultura que levou a Permacultura como tecnologia social geradora de uma cultura de paz, tendo sua vivência pratica como exemplo dessa cultura permanente através da
Valorização da natureza e tendo os princípios éticos da permacultura como matriz de nossas ações: cuidado com a terra, cuidado com as pessoas e partilha justa.
Destacando que o objetivo do instituto é exercer princípios de sustentabilidade, envolvendo os aspectos ambientais e suas repercussões econômicas, sociais e culturais.
E apresentando a missão do instituto que é sempre formar um exemplo vivo de um ambiente que trabalha de forma harmoniosa com a natureza. Tendo as 7 pétalas de desenvolvimento, sendo elas :
1. Manejo da terra e da natureza
2.  Espaço Construído 
3. Ferramentas e Tecnologia
4. Educação e Cultura
5. Saúde e Bem-Estar Espiritual
6. Economia e Finanças
7.Posse da terra e governo comunitário
Samir Raoni apresentou aos participantes os sete campos que norteiam todas as atividades do Instituto e são trabalhados através de consultorias, vivências, palestras, oficinas e principalmente através do exemplo, seja ele no dia-a-dia de cada integrante do Instituto ou na forma de ensino e aprendizado. Compartilhou que o Instituto Refazenda esta fortalecendo essa rede com os projetos do instituto, entre eles o Refazendo o Mundo Com Orgânicos, pois tais produtos trazem muitos benefícios sociais, medicinais e ambientais. Diz que essa é uma grande semente de uma cultura de paz, pacífica para buscar melhorias seja na cidade ou no campo. Pois todos nós, seres humanos, precisamos acreditamos que através do exemplo há uma maior possibilidade de alcançar nosso objetivo principal e, utilizando os princípios da Permacultura, buscamos ser um exemplo “vivo” e bastante prático, seja no consumo, na consultoria ou na produção de alimentos orgânicos, para que as pessoas não tenham receio de fazer parte dessa nova cultura que só traz benefícios para toda humanidade.
Em conversa com a equipe do Instituto Pólis, Samir vai ajudar na realização da Formação de Agentes de Paz – Compartilhando a metodologia de Convivência e Cultura de Paz através da ausculta sociocultural no Pará, prevista para o segundo semestre. Samir vai articular essa ação juntamente com os outros membro da Comissão Paraense de Pontos de Cultura, os outros Gestores do Instituto Refazenda e os movimentos sociais parceioros.
O mais interessante do encontro é que participaram diversos pontos de cultura do Brasil, tendo Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Amazonas, Pará e São Paulo. Cada um desses estados tem vários agentes que nos seu cotidiano praticam a cultura de paz, trazendo para o encontro a memória e a história de suas comunidades, cada qual desenvolve uma tecnologia social para sua realidade bio-regional, através de uma ótica mais coletiva, solidária e participativa.
Serviço: Encontro de Ponteiros de Convivência e Cultura de Paz de 18 a 20 de 2010 em Bragança-Paulista, São Paulo
Objetivo: Visando fortalecer conceitos, valores, práticas, e métodos de convivência e cultura de paz tendo como participantes membros de Pontos de Cultura que participaram das Rodas de Convivência e Cultura de Paz – Auscultas Socioculturais, realizadas nos anos de 2008 e 2009.
O encontro foi a oportunidade de rever vários amigos como Mãe Beth de Oxum do Ponto de Cultura Coco da Umbigada(Olinda-PE), Lucimar Weil do Ponto de Cultura Pé Na Taba de Manaus (AM), Davy do Ponto de Cultura Campus Avançado de Niterói (RJ), Tim do Hip Hop (SP) e Veridia, Martha, Wanda e Hamilton do Pontão ded Convivência e Cultura de Paz (SP),  e conhecer outros como Marina Duarte do Pontão 7 cidades de Diadema(SP), Carla da Casa do Hip Hop e Jackson Burn do Ponto de Cultura Diversas (Porto Alegre), Alexandre Luiz do Ponto de Cultura Palavras Visiveis e Alê Scarpim.

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